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sábado, 18 de junho de 2011

tenho medo do mundo onde vivo



oit ?? Tem lá calma. Senta-te aqui que eu vou buscar um copo de água com açúcar. Não me pareces estar bem. Oh, estou bem, não é preciso. Eu insisto. Senta-te, acalma-te, respira fundo e conta-me tudo. Não sei se quero falar disso. Nunca me tinha acontecido, foi trágico e eu tenho vergonha do mundo onde vivo. Sem medo nem pressões, aqui, ninguém te fará nada, aqui, estás totalmente em segurança. Obrigada! Obrigada por me apoiares, por te preocupares, és das poucas pessoas que assim o faz. Muito obrigada mesmo! (..) Mais calma? Sim. Conta-me tudo. Eu estava lá com ela, sozinhas, calmamente a espera, e estavam ao nosso lado, duas senhoras, uma delas grávida, a conversar em cima daquele grande passeio. E tudo começa quando, daquela pequena porta de super mercado, sai uma senhora, com alguma idade e interrompe a sua conversa, dizendo que quer passar. A grávida, impaciente, por a senhora não ter dito pelo menos um « com licença », ficou com "os nervos em franja". Entretanto, daquela mesma porta, sai a sua mãe e ai, a grávida, conta-lhe o ocorrido, revoltada com a má educação dos Portugueses hoje em dia. É então que uma mesma senhora sai daquela mesma porta e ouve também a explicação dada pela grávida. A senhora, com alguma idade e sem métodos para se defender, pois carregava dois sacos de compras, um cada mão, também se revoltou e foi aqui que tudo começou. Eu não percebi bem, estava longe e não me queria aproximar. Tremia de medo e começava a ficar impaciente. Tentei acalmar-me, mas de repente, os gritos ouviram-se por toda a rua « mas você está a meter-se comigo, quer levar também com a mala nas "trombas"? » Toda a gente a tentava acalmar, mas a grávida, sem maneira de a travarem, acabou por dar com a mala na cabeça da senhora. Sim, foi violência e eu assisti, bem de perto. A senhora, indefesa, ainda ficou um tempo tonta, mas assim que recuperou disse « eu só não lhe faço o mesmo, porque você está gravida e não quero que corra riscos ». A grávida, sem sequer pensar duas vezes, respondeu-lhe, virando costas « eu estou grávida das barrigas, não das mãos ». Onde o mundo já chegou. Acalma-te, não te aconteceu nada, é o que realmente importa. Pois, a mim não aconteceu, mas e a pobre da senhora que foi agredida, no meio da rua e ainda por cima, mesmo a minha frente?! As vezes, não nos basta pensar só em nós, porque quando vemos dois adolescentes a luta na rua, pensamos « são crianças, amanha estão bem », mas encarando como eu encarei esta situação, sendo uma grávida e uma senhora idosa, que posso ficar eu a pensar? Depois do que aconteceu hoje, fiquei literalmente com medo do mundo em que vivo.

7 comentários:

  1. Meu deus, este mundo vai de mal a pior .. !

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  2. Olá!
    Gostei do texto. Tudo poderia ter acontecido em qualquer parte do país. Infelizmente perderam-se muitos dos habitos educacionais, pois também cada vez mais as pessoas se afastaram da solidariedade de gerações. As Escolas estão como sabemos, a policia não tem autoridade e a justiça é cega e injusta, a familia é cada um para o seu canto.
    Eu ainda fui educado na severidade exagerada das escolas e familia, adaptando-me tentei pautar a minha postura pela modernidade e compreendê-la para mais tarde a transmitir aos que vieram e vêm depois de mim


    bjs

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  3. Tens um presente para ti no meu blog :)
    Passa por lá *

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  4. tenho um desafio para ti no meu blogue. *

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  5. e parece que resulta (:

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  6. isto aconteceu mesmo? :| fogo, que mau.
    estou a seguir o teu blog, amei *.*

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sem medos, nem vergonhas, todos somos seres humanos.